O Google rastreia a atividade de usuários do navegador Safari, da Apple,
tanto em computadores quanto em dispositivos móveis como iPhones e
iPads, de acordo com uma matéria publicada nesta sexta-feira pelo jornal
americano Wall Street Journal.
A maioria dos navegadores permite que sites e anunciantes acompanhem a
atividade de usuários para conhecê-los melhor e direcionar publicidade. O
navegador da Apple é uma exceção. Mesmo assim, entre os 100 sites mais
acessados do Estados Unidos, 22 deles continham um código que permitia
ao Google acompanhar os usuários do Safari e 23 deles autorizavam o
gigante de buscas coletar dados de navegação de usuários do iPhone.
Essas funções foram desativadas nesta quinta-feira, quando o Google foi
contatado pelo Wall Street Journal.
O site de celebridades TMZ e a página do jornal americano The New York
Times são dois exemplos de portais que continham o código do Google.
Depois que o usuário do Safari acessava uma dessas páginas, o gigante de
buscas passava a receber dados de sua atividade on-line. Não há
indícios de que os sites sabiam da existência desse código.
Uma das maiores fontes de receita do Google é o AdSense, programa de
anúncios da empresa. Os anunciantes pagam para exibir publicidade em
diversos sites enquanto parceiros do Google aceitam exibir anúncios em
suas páginas em troca de dinheiro. O AdSense faz a ponte entre ambos e
ganha uma comissão. O serviço escolhe quais anúncios devem ser exibidos
em cada site, de acordo com seu público. Quanto mais o Google sabe a
respeito dos internautas, melhor a escolha de qual anúncio exibir e
maior a taxa de cliques em publicidade. Em suma, quanto mais dados de
internautas o AdSense coleta, mais clientes e comissão atrai.
Às pessoas que não se sentem à vontade com a ideia de que seu
comportamento on-line esta sendo rastreado, o Google oferece um plug-in
para navegadores que, quando instalado, desabilita a coleta de dados.
Até recentemente, uma página da empresa avisava que usuários do Safari
não precisavam instalar o plug-in pois o navegador já não permitia que o
Google acompanhasse suas atividades. O conselheiro técnico do Wall
Street Journal, no entanto, constatou que o Google era capaz de rastrear
a atividade de usuários browser da Apple. O aviso foi removido nesta
quinta-feira.
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