quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Windows Phone voltou cheio de truques


Já soube da notícia? Acaba de chegar um novo modelo de um certo smartphone preto, retangular e com "touch screen". Seu novo software possui, segundo o fabricante, centenas de novas funcionalidades. A mais surpreendente é o reconhecimento de voz. Você pode pedir a esse novo telefone que ligue ou mande uma mensagem para alguém, ou que lhe ensine um itinerário.
Refiro-me, é claro, ao Windows Phone 7.5 da Microsoft. Te peguei!
Sim, a Microsoft está tentando tirar o atraso em relação ao iPhone e aos celulares Android, com seu próprio software, que está disponível em vários telefones da Samsung e HTC, com preços entre $50 a $200 USD e contratos de dois anos; cada grande operadora americana oferece pelo menos um modelo. (O software Windows Phone 7.5, apelidado de Mango, também está disponível como uma atualização gratuita para os telefones Windows Phone 7.)
O Windows Phone 7.5 é lindo, elegante, satisfatório, rápido e coerente. O design é inteligente, simples e organizado. Nunca em um milhão de anos você adivinharia que ele veio da mesma empresa que criou esse macarrão grudento que é o Windows e o Office.
O mais impressionante é que o Windows Phone não é um imitador débil mental. A Microsoft vem com novas ideias que diferem do design iPhone/Android (ícones em grade que rolam por uma tela inicial).
A tela inicial apresenta duas colunas de quadrados coloridos. Cada um representa algo que você colocou lá para fácil acesso: um aplicativo, um número para discagem rápida, uma página da web, uma lista de reprodução de música ou uma pasta de e-mail.




Mais do que nunca, o texto desses ícones transmite informações instantâneas, poupando o esforço de abri-los. Um número em um quadrado indica quantas mensagens de voz, e-mails ou atualizações de aplicativos o aguardam. O quadrado de música mostra a arte do álbum, o da agenda mostra seu próximo compromisso. Um quadrado representando sua irmã pode mostrar a última postagem dela no Twitter ou no Facebook.


O Windows Phone apareceu pela primeira vez, incompleto, um ano atrás. Não tinha copiar e colar. Nenhuma forma de adicionar novos toques. Não era multitarefa. Não tinha indicação visual de correio de voz. Não podia ser usado como modem em laptops. Não tinha uma caixa de entrada unificada para múltiplas contas de e-mail. Não tinha agrupamento de mensagens. Nenhuma integração com Twitter. Não era possível ver simultaneamente várias categorias no calendário.

No Mango, a Microsoft cuidou de todas essas deficiências. A maioria tem o novo toque de requinte e excelência da Microsoft, mas há algumas ressalvas. Por exemplo, você terá funcionalidade de modem ou correio de voz visual se a sua operadora oferecer; até o momento, nos Estados Unidos, somente a T-Mobil oferece a última opção.
Outro exemplo: você alterna entre tarefas segurando o botão Back.
Mas essa "multitarefa" é ao estilo iPhone: quando se muda de um aplicativo para outro, o primeiro não fica rodando em segundo plano, gastando a bateria. (Existem as exceções de sempre: por exemplo, a música continua tocando e navegação GPS continua rodando.)
Ao invés disso, o aplicativo fica suspenso e deveria voltar a trabalhar assim que se volta para ele. Infelizmente, os aplicativos para Windows Phone precisam ser reescritos para esse recurso de multitarefa, até lá, eles poderão levar vários segundos para sair do estado suspenso.

Enquanto isso, ainda não há como criar pastas para organizar os aplicativos. Não há como enviar vídeos em mensagens MMS. Ainda não há um aplicativo para vídeo-chat. E, como no iPhone, não dá para assistir vídeos em Flash na internet.
Mas mesmo assim, a lista de inconvenientes é muito mais curta que a de pontos positivos.

O aplicativo de busca Bing agora oferece buscas audiovisuais. Isto é, você pode apontar o telefone para uma música tocando onde você estiver e, em mais ou menos 3 segundos, ele identifica a música e já oferece a possibilidade de comprá-la online. É como o Shazam no Iphone ou Android, só que já vem incluído.

A busca visual é bem parecida com a do aplicativo Google Goggles para iPhone e Android: você pode apontar a câmera do telefone para um código de barras, ou capas de livros e DVDs, que o telefone identifica o produto e o fabricante.
Você pode até apontar a câmera para qualquer texto impresso e se maravilhar enquanto o Bing transforma-o em texto digitado e pronto para ser colado em um e-mail ou documento do Word. Tem até um botão Traduzir, caso você queira ver o texto escaneado em outro idioma.
São coisas incríveis mesmo _ por que as pessoas não estão comemorando nas ruas?

E ainda tem o recurso de fala. Quando você pressiona o botão com o logo do Windows, surge um assistente virtual, como o Siri no iPhone 4S.
OK, não é bem como o Siri. O reconhecimento de voz não é nem de longe tão bom ou tão amplo. Na verdade, você não pode ditar em vez de digitar, como no Android ou no iPhone; as únicas coisas que você pode ditar são mensagens de texto, e-mails ou termos de busca. E a Microsoft não fez nenhum esforço para dar personalidade ao telefone, como a Apple fez.
Mas ele é ótimo na compreensão dos seus 4 principais comandos: Telefonar, Escrever, Procurar (na web) e Abrir (um aplicativo). "Telefone para mamãe", "Escreva para fulano", "Procure cafés", "Abra Angry Birds", por exemplo, são comandos confiáveis e importantes. (No iPhone não se pode abrir aplicativos por voz.)
No Windows Phone 7.5, você pode colocar pessoas do seu círculo social em grupos, o que facilita muito para comunicar-se com elas, segui-las ou ver fotos delas.

Na agenda, o cartão de cada pessoa mostra um histórico completo das suas conversas, não importando como elas aconteceram: via mensagem de texto, chat do Facebook, e-mail ou o que for. De fato, se você começa uma conversa no Facebook com alguém que precisa sair, vocês podem continuar a conversa por mensagem de texto; o telefone alterna entre os canais de chat sem interrupções. Twitter e LinkedIn também estão incluídos, embora não seja possível enviar ou receber mensagens particulares no Twitter (conhecidas como mensagens diretas).
O Mango ainda oferece tudo que já havia no Windows Phone: um incrível teclado na tela com autossugestões inteligentes. Integração com sua conta de Xbox. Zune, o serviço de música da Miscrosoft (US$15 ao mês por tudo que você quiser ouvir). Um GPS que agora fala os itinerários rua por rua.




Agora, se este telefone tivesse chegado antes do iPhone, as pessoas teriam sacrificado animais para ele.
Mas o atraso de 3 anos da Microsoft em relação aos seus concorrentes será muito difícil de superar.
O Windows Phone é considerado um esquisito. Ao contrário do iPhone, não há um universo repleto de despertadores, carregadores, acessórios ou carros compatíveis com esses telefones.
Da mesma forma, a loja de aplicativos do Windows Phone tem 30 mil aplicativos, o que é uma conquista _ mas o Android oferece 10 vezes mais, e o iPhone 16 vezes mais.
A Microsoft diz que o importante é qualidade, não quantidade, e que todos os aplicativos mais importantes estão lá. Infelizmente, alguns essenciais ainda não estão disponíveis: Pandora radio, Dragon dictation, Line2, Flight Track Pro, Ocarina, Instagram, Hipstamatic. Você vai notar também que a antiga má vontade da Microsoft com o Google se manifesta de várias formas decepcionantes: você não pode exportar seus vídeos para o YouTube e não pode pesquisar com o Google.

Em outras palavras, a Microsoft pode enfrentar um dilema, não importando o quanto o aparelho é bom: o Windows Phone não é popular por não ser popular.
A empresa já viu esse filme antes. Lembram do Zune, aparelho que a Microsoft descontinuou em outubro? E no final, era um belo, competente e refinado tocador de música _ mas ninguém comprou. Por que alguém compraria o excêntrico tocador de outra marca quando o iPod oferecia a segurança?
Vamos esperar que a história do Windows Phone não seja a mesma. Este trabalho da Microsoft merece atenção, elogios e vendas. Talvez não esteja tão maduro como o iPhone ou o Android. Mas o mundo é um lugar mais interessante com o Windows Phone.
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Fonte: MSN







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